O que significa “contaminação constante por córium” e como ela afeta sua vida

Quando reatores nucleares falham, explodem e derretem, centenas de barras de combustível altamente radioativas se fundem à estrutura metálica que as sustenta, se tornando um magma ao qual se dá o nome de córium (que vem de “core”, “núcleo” em inglês).

O derretimento (meltdown) consiste em toneladas deste córium escorrendo para o fundo do reator a temperaturas altíssimas, descendo na vertical, dissolvendo em velocidade variável tudo que está no seu caminho. Vaporizando e pulverizando primeiro metros e metros de concreto de contenção, depois a base de concreto e metal das usinas, e em seguida penetrando o solo de forma semelhante à uma faca quente cortando manteiga.

Durante esta descida o córium alcança lençóis de água, o que faz com que sejam liberadas altas quantidades de vapor radioativo e cinzas de tudo aquilo que é sólido e se incinera.

Esse vapor extremamente perigoso sobe verticalmente atingindo alturas de mais de 9 quilômetros na atmosfera, alcançando ventos de jato, acima das nuvens, podendo então viajar horizontalmente por milhares de milhas empurrado por estes ventos, caindo em meio a oceanos e outros continentes distantes.

À essa precipitação radioativa – que pode se dar junto com a chuva, a neve, ou em rajadas de vento com poeira – se dá o nome de fallout.

Então, em Fukushima o que temos são três córiums – massas de magma altamente radioativas – descendo verticalmente pelo subterrâneo abaixo das usinas, em contato com quantidades desconhecidas de água subterrânea, liberando enormes quantidades vapores radioativos letais que, por sua vez, sobem verticalmente pela atmosfera e se espalham pelo mundo.

Através de uma pesquisa que comparou o nível das águas subterrâneas de Fukushima, com o nível da água do oceano demonstrou que os lençóis subterrâneos abaixo das usinas nucleares estão interligados, parcial ou totalmente, com o Oceano Pacífico. Isso significa que podemos ter, nesse momento, na água de um Oceano, três fontes de magma altamente radioativo contaminando constantemente a água.

 

Não há tecnologia existente para resgatar estes córiuns perdidos, portanto, ninguém pode saber quanto tempo estas fontes de contaminação constante ainda podem durar.

Estamos falando de toneladas de magma que podem ainda explodir no interior da terra causando, na opinião de alguns especialistas, uma sequência de explosões hidro-vulcanicas com potência para riscar o arquipélago japonês da face do planeta e contaminar pesadamente todo o globo, em especial o Hemisfério Norte.

Estamos falando também da morte de milhões de criaturas marinhas, da criação de uma enorme zona morta que não cessará de crescer ao redor do globo, conforme aumentar o nível de radiação. Através da maresia e da brisa do mar, as áreas mais próximas dos oceanos tenderão com o tempo a se tornarem também contaminadas.

Fato é que, é apenas uma questão de tempo para que todos os oceanos e continentes sejam afetados pela radiação, não sabemos, no entanto, de que forma esta contaminação vai se espalhar, e não há cientista na Terra que possa com base em evidências científicas, neste momento, afirmar o contrário.

Existem duas hipóteses com gradientes: a radiação pode se concentrar em alguns lugares ao invés de outros, ou pode se homogeneizar por todo o globo. Alguns elementos tendem a se acumular, e isso pode ser um problema se ocorrer perto de você.

Há isotopos radioativos que substituem elementos existentes na natureza, e nos corpos dos seres vivos. O iodine 131 e 129 substituem o iodo, o estrôncio 90 substitui o cálcio, o césio 134 e 137 substituem o potássio, e por aí vai. A radiação, portanto, é bioacumulativa. Nós, os seres vivos do planeta, somos o filtro de radiação global. Uma vez dentro da cadeia alimentar a radiação tende a se acumular nos animais, e é potencialmente mais acumulativa nos animais que estão no topo da cadeia alimentar.

Não havendo solução a curto ou médio prazo para a contaminação constante por córium, na atmosfera e, em maior medida, nos mares, é preciso se informar para se preparar para o impacto.

A vida que se adapta a mudança tende a sobreviver, ao contrário da vida que não consegue se adaptar. As regras do jogo da vida estão mudando, agora elas passam por preservar a base alimentar limpa, se manter limpo da radiação, e lidar com um contexto em que a escassez consequente tomará conta do globo.

Algumas boas dicas para o futuro que está por vir são – vá se acostumando com a ideia de não consumir alimentos importados ou alimentos que você não sabe a procedência; tente depender o mínimo possível do mercado; produza seus próprios alimentos fora do contato com a chuva; pesquise sobre filtros biológicos e filtros de osmose reversa; pense na idéia de utilizar máscaras (do tipo n98) em ambientes abertos, principalmente durante atividades físicas, se afaste das multidões das grandes cidades, elas tendem a se tornar perigosas em contextos de escassez.

Este é o resultado parcial da irresponsabilidade e inconsequência das elites políticas e econômicas globais, que jamais conseguiriam fazer tanto estrago se não fosse o apoio incondicional e cego das massas, estas multidões de consumidores e pagantes de impostos que sempre se deixaram iludir com discursos de sacrifícios e progressos.

A maior ilusão, é a ilusão de separação. vinculado de alguma forma.