O desastre nuclear de Fukushima continua incontrolável (Helen Caldicott)

Em 2011,  com base nas análises científicas, Helen Caldicott anteviu as consequências do desastre de Fukushima em conferência à imprensa, na cidade de Montreal, organizada pela Global Research. Há seis anos, em 2011, durante uma apresentação registrada em vídeo pela Global Research TV (GRTV) a doutora Caldicott  analisou com detalhes basendo-se em fatos e pesquisa científica as consequências dese trágico acontecimento e concluiu que Fukushima é a catástrofe mais devastadora da história humana. Com base em fotografias recentes tiradas por um robô, de um os reatores nucleares de Fukushima Daiichi a doutora Helen Caldicott explicou: “os níveis de radiação não atingiram o pico, seguem os mesmos desde 2011, vazando com resíduos tóxicos para o Oceano Pacífico – o que mudou é que só agora os níveis puderam ser registrados.’’

Relatórios recentes de uma medição de radiação enorme no reator da Unidade 2 do complexo Fukushima Daichi não significam que haja um pico de radiação no edifício do reator. Indicam apenas que pela primeira vez, os japoneses foram capazes de medir a radiação intensa emitida pelo combustível fundido. Cada tentativa anterior de medição fracassou porque a radiação é tão intensa que as peças dos robôs enviados para obter registros eram rapidamente destruídas.

A medição de radiação foi de 530 sieverts, ou 53,000 rems (Roentgen Equivalent for Man). A dosagem na qual metade da população exposta morreria é de 250 a 500 rems, então esta é uma medida massiva. É bem provável que se um robô fosse capaz de penetrar mais fundo no interior das covas onde podem estar boa parte dos coriums derretidos, a medição teria sido muito maior.

Fatos como estes ilustram porque será quase impossível “desativar” unidades 1, 2 e 3. Nenhum humano pode sobreviver ao ser exposto a um nível de radiação tão extrema. Isso significa que Fukushima Daichi permanecerá uma mancha diabólica no Japão e no mundo pelo resto dos tempos, perdido em meio a uma zonas em que são comuns terremotos e tsunamis.

A fotos tiradas pelo robô revelam que parte da estrutura de suporte do combustível nuclear da Unidade 2 foi destruída. Também é fato, que todos os quatro edifícios foram estruturalmente danificados pelo terremoto original há cerca de cinco anos, por uma sequência de explosões de hidrogênio.

Quando um terremoto maior que sete na escala de Richter ocorrer no Japão, é bem possível que uma ou mais destas estruturas colapem, levando a outra liberação maciça de radiação com a estrutura das usinas caindo sobre os núcleos radioativos abaixo delas.

Além disso, as unidades 1, 2 e 3 contêm também “piscinas de resfriamento” com muitas barras de combustível extremamente radioativas – sendo 392 barras na Unidade 1, 615 barras na Unidade 2, e 566 barras na Unidade 3. Caso um terremoto rompa alguma dessas piscinas, raios gama serão tão intensos que toda uma região maior terá que ser evacuada permanentemente.

O combustível da Unidade 4 e sua piscina de resfriamento foram removidos. Mas ainda há outros riscos. O complexo do reator foi construído próximo à uma cordilheira da qual naturalmente correm milhões de galões de água por dia, em direção ao mar. Esta água toda fluindo abaixo dos reatores danificados tem liquefeito o solo. Ali provavelmente estão submersos, perdidos, os três núcleos (córiuns) fundidos. Toda água que flui abaixo dos reatores danificados torna-se extremamente radioativa em sua viagem para o Oceano Pacífico.

Todos os dias desde o início do acidente, de 300 a 400 toneladas de água foram para o Pacífico, contendo inúmeros isótopos nocivos a vida (incluindo césio 137, 134, estrôncio 90, trítio, plutônio, amerício e outros 100 mais) entraram no oceano e foram bio-concentrando, por ordem de magnitude, em cada nicho da cadeia alimentar – algas, crustáceos, peixes pequenos, peixes grandes, em seguida, nós.

Peixes nadam milhares de quilômetros; atum, salmão e outras espécies encontradas na costa oeste americana agora contêm parte desses elementos radioativos, que não possuem sabor, não têm cheiro, nem cor. Entrando no corpo humano por ingestão esses isótopos radioativos se concentram nos órgãos, e irradiam as células adjacentes por muitos anos.

O ciclo do câncer é iniciado por uma única mutação num único gene regulador numa única célula, e o tempo de incubação para o câncer é qualquer momento entre 2 e 90 anos. Nenhum câncer define sua origem. É possível pescar peixes radioativos na Austrália ou pescados importados podem conter isótopos radioativos, mas a menos que sejam consistentemente testados em laboratórios, nunca saberemos.

Assim como a água da montanha que alcança o Oceano Pacífico, desde o acidente, a TEPCO tem diariamente bombeado 300 toneladas de água do mar para dentro dos reatores danificados para mantê-los resfriados. Toda essa água se tornou intensamente radioativa e foi bombeada para fora outra vez, sendo armazenadas em mais de 1.200 enormes tanques de armazenamento, construídos próximos do local das usinas destruídas. Estes tanques não são capazes de suportar um grande terremoto e podem se romper, com o seu rompimento, liberar seu conteúdo extremamente tóxico no oceano.

Em pouco tempo a TEPCO não terá mais espaço para armazenar tanta água, e agora tenta convencer os pescadores locais de Fukushima que é uma boa solução “esvaziar os tanques para o mar”. A radiação de fundo assim como os raios-x emitidos por estes tanques é bastante alta – medindo 10 milirems – apresentando um perigo para os trabalhadores. Existem mais de 4.000 trabalhadores no local todos os dias, muitos recrutados pela Yakuza (a máfia japonesa) e são pessoas com problemas de alcoolismo, toxicodependentes e portadores de necessidades mentais especiais.

Há outro problema: como os núcleos fundidos geram continuamente hidrogênio, o que é explosivo, a TEPCO tem bombeado nitrogênio sobre os reatores para diluir os perigos do hidrogênio. Vastas áreas do Japão estão agora contaminadas, incluindo algumas áreas de Tóquio, que são tão radioactivas que trechos de suas ruas com medições de 7.000 becquerels (bc) por quilo – o que as qualificaria para que fossem enterradas em uma instalação especialmente construída para descarte resíduos radioativos nos EUA.

Como explicado anteriormente, esses elementos radioativos concentram-se na cadeia alimentar. A província de Fukushima sempre foi o celeiro do Japão, produzindo muito alimento para outras regiões. Embora grande parte do arroz, legumes e frutas agora cultivados naquela região seja radioativo, há um grande esforço por parte de corporações e governos para que esse alimento seja comercializado no mercado japonês e principalmente no exterior. Taiwan proibiu a importação de alimentos dos japoneses, mas a Austrália e os EUA (e o Brasil) não.

O primeiro ministro japones Shinzo Abe recentemente aprovou uma lei que qualquer repórter que revelar a verdade sobre esta situação pode acabar preso por dez anos.

Além disso, médicos japoneses que disserem aos seus pacientes a sua doença pode estar relacionada à radiação de Fukushima não serão pagos. Há um imenso encobrimento midiático no Japão e na mídia global sobre as consequências e a dimensão do desastre de Fukushima. O Comitê de Supervisão e Saúde da Prefeitura de Fukushima está analisando apenas o câncer de tireóide entre a população; em junho de 2016, 172 pessoas com menos de 18 anos (no momento do acidente) desenvolveram de câncer de tireóide; A incidência normal de câncer na população em questão é de 1 a 2 pessoas por milhão. No entanto, outros câncers e leucemia que são causados ​​por radiação não estão sendo rotineiramente documentados, nem são registradas malformações congênitas, que eram, e são abundante entre a população exposta de Chernobyl.

Em suma, esses reatores nunca serão desativados e esta região não pode ser limpa, porque tal tarefa não é humanamente possível.

Por isso, o governo japonês continuará a despejar água contaminada no Pacífico durante o resto dos tempos ameaçando a vida no Japão e no hemisfério norte, com libertações maciças de radiação na ocorrência de outro grande terremoto.

Fonte: Publicado em 13 de fevereiro de 2017 em Independent Australia.

Alerta – Novas leituras do reator 2 de Fukushima: Exposição letal em 1 minuto.

A TEPCO (Tokyo Electric Power Company) anunciou semana passada que Leituras recentes nas proximidades dos reatores de Fukushima alcançaram impressionantes 530 sieverts por hora. A radiação de um local não contaminado fica em torno de 0.20 a 0.40 microsievierts por hora. Os níveis de radiação em Fukushima são os mais altos já registrados, mesmo robôs desenhados especialmente para lidar com a colossal quantidade de radiação enquanto fazem mensurações não podem permanecer na área por mais de duas horas sem sofrer colapso completo.

A maior medida de radiação registrada no reator 2 de Fukushima tinha sido de 73 sieverts. Especialistas afirmam que a radiação pode ser muito maior em áreas que a TEPCO não foi capaz de alcançar ainda. Alguns especialistas em energia nuclear chamaram os picos de radiação de “inimagináveis”

(Leia a reportagem em inglês)

Fukushima Prefecture, Japan — On February 2, 2017, radiation levels in the Reactor 2 vessel at the crippled Fukushima Daiichi No. 1 power plant in eastern Japan, were measured at the highest levels since the triple reactor core meltdowns on March 11, 2011, The Japan Times has reported.
Readings reached a maximum of 530 sieverts per hour the plant’s operator Tokyo Electric Power Company (TEPCO) said last Thursday. The levels are so high that even robots, specially designed to handle colossal amounts of radioactivity while taking readings, cannot withstand the mind-boggling emissions for more than two hours without suffering complete collapse.530 sieverts dwarfs the previous record of 73 sieverts per hour measured in Reactor 2 in 2012, and experts say it is likely radiation levels are even higher in areas TEPCO has not yet been able to reach. Some nuclear experts have called the new radioactive peaks “unimaginable,” as cleanup efforts approach a sixth dismal year.

The red-hot reading was taken robotically near an entry point to the space below the pressure vessel by analyzing electronic noise, caused by radioactivity, on video footage captured by the droid. TEPCO concedes the method has a 30 percent margin of error, but the findings indicate that damaged fuel, turned molten during the meltdowns, has made its way near the entry space. TEPCO said radiation, as of yet, is not escaping the structure.

Of concern, TEPCO also added that remote cameras have detected a two-meter hole in a grate underneath the pressure vessel, which the company also said appears to be warped.

To put 530 sieverts per hour in perspective, according to the U.S. Nuclear Regulatory Commission (NRC), the average American receives a dose of about 620 millirems of ionizing radiation in a whole year, from naturally occurring background, comic rays, radon gas and other sources. 620 millirems is equal to 0.0062 sievers — and remember, that’s in a whole year. The levels in Reactor 2 are presently so high, that entering the area for only one minute would mean almost certain death.

The Guardian reports, “A single dose of one sievert is enough to cause radiation sickness and nausea; 5 sieverts would kill half those exposed to it within a month, and a single dose of 10 sieverts would prove fatal within weeks.”

The Japan Times writes, “An official of the National Institute of Radiological Sciences said medical professionals have never considered dealing with this level of radiation in their work.”

IRID Fukushima Robot Camera

The astronomical readings bring major concerns to a cleanup operation already spiraling out of control — flying blindly into territory previously uncharted in the history of nuclear power. Late last year in an official announcement, the estimated cost of the cleanup for Fukushima Daiichi was doubled to a whopping $200 billion, for a project projected to take as long as a century to complete.

To top it off, 530 sieverts per hour might not be the worst cleanup workers have to worry about. TEPCO also stated that surface-level radiation readings from parts inside the plant’s pressure vessels can reach “several thousand sieverts per hour,” compounding what are already seemingly unsurmountable tasks in the decommissioning process.

Fukushima Reactor 2 Pressure Vessel

Esteemed nuclear expert, engineer, and former reactor operator Arnie Gundersen told EnviroNews World News in an email that the position of Fairewinds, his educational non-profit, is that radiation levels are presently way to high to remove the melted fuel, and that the reactors should be entombed, like was done with Chernobyl’s sarcophagus, for at least a century before attempting dismantlement. “[These readings do] make dismantling the facility almost impossible for 100 or more years, as the exposure to workers would be too significant,” Gundersen said.

To many environmentalists, of even greater concern than the levels themselves, is the fact the melted cores breeched containment and are contaminating groundwater — water that is continuously seeping out to sea, taking myriad radioactive isotopes with it as it poisons aquatic life and the food chain.

“There are no easy solutions, since groundwater is in direct contact with the nuclear corium (melted fuel) at Fukushima,” Gundersen said. “The important issue for the Japanese (and the world) to accomplish is to stop the groundwater from entering the damaged containment, and thus leaking out into the Pacific; to trap this radiation inside the damaged containment as happened at Chernobyl. Stopping the groundwater from entering, sealing in the radiation, and waiting 100-plus years to dismantle the reactors has always been the Fairewinds recommendation.”

In other developments of TEPCO’s Reactor 2 vessel survey: The company announced on January 30, 2017, that in another probe, deployed with a camera on a telescopic arm, a black blob was discovered on the grating directly underneath the pressure vessel. TEPCO suspects this could be part of the melted fuel core. If that’s the case, and the deposits are indeed melted fuel, this would represent the first time since the melt-throughs occurred nearly six years ago that TEPCO has located any fragments of the runaway cores.

It is surmised that all three reactor cores at Fukushima melted through their pressure vessels, and either pooled at the bottom of their containment vessels, or melted through those as well. The actual state of the melted fuel is unknown because radiation levels are too high to survey it. Further analysis of the structure revealed the aforementioned two-meter hole in the grating.

Fonte: http://www.environews.tv/world-news/alert-new-radiation-readings-fukushima-reactor-2-unimaginable-lethal-1-min/

Testes confirmam Césium 137 de Fukushima no Salmão do Canadá

A marca da contaminação global de Fukushima foi confirmada na forma de césium 137 Fukushima no litoral oeste dos Estados Unidos e do Canadá por pesquisadores do Woods Hole Oceanographic Institution (WHOI).
 

WHOI é um projeto científico financiado coletivamente que munitora a pluma radioativa que vaza das usinas nucleares destruídas de  Fukushima, no Japão, contaminando através do Pacífico, a América do Norte, e com o tempo, todo o hemisfério norte.

Amostras da água do mar foram coletadas em vários pontos do litoral e testadas durante o ano de 2016. A radiação também está sendo monitorada no Canadá por pesquisadores da iniciativa Fukushima InFORM, da Universidade de Victoria. A pesquisa canadense é levada adiante pelo químico oceanografo chemical Jay Cullen. Ambas confirmam, a contaminação de Fukushima está na América do Norte.

(Continue lendo a matéria em Inglês)

Testing Fish for Radiation in Sushi Restaurant

Testing Fish for Radiation in Sushi Restaurant

Cesium 134 is called the “footprint of Fukushima” because of its fast rate of decay. With a half life of only 2.06 years, there are few other places the dangerous and carcinogenic isotope could have originated.

It is important to note that airborne radioactive fallout from the initial explosion and meltdowns at Fukushima in 2011 reached the US and Canada within days, and circled the globe falling out wherever the currents and precipitation carried it — mostly to places unknown to this day. Even still, radioactive iodine 131 was found in municipal water supplies in places like Pennsylvania and Massachusetts shortly after the initial Fukushima accident — a triple meltdown ranked by EnviroNews USA as the most destructive environmental catastrophe in human history.

The samples from the Oregon coast measured around 0.3 becquerels per cubic meter for cesium 134. Researchers in both the US and Canada said the recently detected radiation levels were extremely low and pose “no risk to humans or the environment.” Sadly, NBC, the New York Post, USA Today, and even The Inquisitr amongst others, took the bait and reported the same thing.

Medical science and epidemiological studies have demonstrated time and again that there is no safe amount of radiation for a living organism to be subjected to — period. With each subsequent exposure, no matter how small, the subject experiences an increase in cancer risk. In the wake of Fukushima, several governments, and certainly the Japanese government, have raised the “safe” annual limit for radiation exposure for humans — this critics say, to lower legal liability and to placate concerns from the public, in an increasingly radioactive world. Now, many concerned citizens look on in concern, waiting for more testing and data on ocean waters and the seafood they so greatly enjoy.

Fonte: EnviroNewsTv

 

 

Fukushima: uma prévia do holocausto nuclear

Originalmente publicado em Holocausto Nuclear – Ameaça Silenciosa

Em 11 de março de 2011 um Tsunami e um terremoto atingiram a costa leste do Japão destruindo os sistemas de refrigeração de 4 dos 6 reatores nucleares existentes em Fukushima Daiichi. Seus engenheiros, 20 anos antes, se afastaram da General Electrics, a empresa que os construíram, por considerarem um absurdo, uma verdadeira bomba relógio, construir reatores nucleares sobre falhas tectônicas em um litoral tradicionalmente assolado por terremotos e tsunamis. Ainda assim, usinas nucleares como estas foram construídas às dezenas.

No entanto, não podemos dizer que reatores nucleares são bombas nucleares. Segundo o ex-embaixadora do Japão na Suíça e no Senegal, Mitsuhei Murata – reatores nucleares são superbombas, contendo centenas de vezes mais combustível nuclear que a quantidade utilizada na construção das bombas de Fukushima e Nagasaki.

Três anos depois os quatro reatores arruinados de Fukushima tiveram seus núcleos perdidos no subterrâneo do Japão. Isso significa que os núcleos derretidos escaparam da câmara de contenção, derreteram o concreto e o aço de seu fundo e mergulharam no solo até cavernas subterrâneas com bolsões de água, tornando-se fonte de contaminação constante do Oceano Pacífico. Além disso, mais de 400 toneladas diárias de água radioativa estão sendo jogadas no Pacífico. O resultado é o maior crime socioambiental da história da humanidade, o assassinato de todo um oceano está em andamento. Notícias da costa da Califórnia e do Canadá, falam de centenas e milhares de criaturas marinhas aparecendo mortas em suas praias. Milhões de peixes e estrelas do mar destruídos pela radiação que se espalha com a maré e demorará centenas, talvez milhares de anos, para se dissipar.

No arquipélago japonês, o cerco midiático justificado num conjunto de leis fascistas de segredo de estado, encobrem a epidemia de câncer e mil e duzentas outras doenças terríveis que afetam parcelas cada vez maiores da população. No leste do Japão, três anos depois, mais de 40% das crianças sofrem de sangramentos e câncer de tirióide. Basta uma contaminação com baixos níveis de radiação para deixar alguém doente. No Japão os índices de radiação são altíssimos. As autoridades omitem informações vitais. As corporações colaboram com desinformação. A segunda maior cidade do mundo, Tóquio, está a aproximadamente 200 quilômetros de distância das usinas, dentro do que seria razoável considerar área de evacuação total. Médicos de Tóquio acompanham a evolução da epidemia de doenças causadas pela radiação e, sem muito alarde, silenciosamente o holocausto nuclear aumenta suas vítimas. Especialistas apontam para a possibilidade de um único desastre de Fukushima, ser suficiente para destruir o Japão em alguns anos. Os produtos japoneses contaminados ou sob o risco de contaminação, são recusados pelas nações que protegem seus cidadãos, diminuindo a arrecadação, as epidemias aumentarão consideravelmente a demanda por saúde, ampliando os gastos do estado com previdência. Esta cadeia de consequências pode fazer com que o estado não consiga mais captar recursos suficientes para lidar com a crise social e ambiental causada pela indústria nuclear.

Existem 433 usinas nucleares em operação do mundo. Mais de 100 novos reatores estão sendo construídos. Cada reator pode contar com centenas de quilos de combustível nuclear.

O que significa “contaminação constante por córium” e como ela afeta sua vida

Quando reatores nucleares falham, explodem e derretem, centenas de barras de combustível altamente radioativas se fundem à estrutura metálica que as sustenta, se tornando um magma ao qual se dá o nome de córium (que vem de “core”, “núcleo” em inglês).

O derretimento (meltdown) consiste em toneladas deste córium escorrendo para o fundo do reator a temperaturas altíssimas, descendo na vertical, dissolvendo em velocidade variável tudo que está no seu caminho. Vaporizando e pulverizando primeiro metros e metros de concreto de contenção, depois a base de concreto e metal das usinas, e em seguida penetrando o solo de forma semelhante à uma faca quente cortando manteiga.

Durante esta descida o córium alcança lençóis de água, o que faz com que sejam liberadas altas quantidades de vapor radioativo e cinzas de tudo aquilo que é sólido e se incinera.

Esse vapor extremamente perigoso sobe verticalmente atingindo alturas de mais de 9 quilômetros na atmosfera, alcançando ventos de jato, acima das nuvens, podendo então viajar horizontalmente por milhares de milhas empurrado por estes ventos, caindo em meio a oceanos e outros continentes distantes.

À essa precipitação radioativa – que pode se dar junto com a chuva, a neve, ou em rajadas de vento com poeira – se dá o nome de fallout.

Então, em Fukushima o que temos são três córiums – massas de magma altamente radioativas – descendo verticalmente pelo subterrâneo abaixo das usinas, em contato com quantidades desconhecidas de água subterrânea, liberando enormes quantidades vapores radioativos letais que, por sua vez, sobem verticalmente pela atmosfera e se espalham pelo mundo.

Através de uma pesquisa que comparou o nível das águas subterrâneas de Fukushima, com o nível da água do oceano demonstrou que os lençóis subterrâneos abaixo das usinas nucleares estão interligados, parcial ou totalmente, com o Oceano Pacífico. Isso significa que podemos ter, nesse momento, na água de um Oceano, três fontes de magma altamente radioativo contaminando constantemente a água.

 

Não há tecnologia existente para resgatar estes córiuns perdidos, portanto, ninguém pode saber quanto tempo estas fontes de contaminação constante ainda podem durar.

Estamos falando de toneladas de magma que podem ainda explodir no interior da terra causando, na opinião de alguns especialistas, uma sequência de explosões hidro-vulcanicas com potência para riscar o arquipélago japonês da face do planeta e contaminar pesadamente todo o globo, em especial o Hemisfério Norte.

Estamos falando também da morte de milhões de criaturas marinhas, da criação de uma enorme zona morta que não cessará de crescer ao redor do globo, conforme aumentar o nível de radiação. Através da maresia e da brisa do mar, as áreas mais próximas dos oceanos tenderão com o tempo a se tornarem também contaminadas.

Fato é que, é apenas uma questão de tempo para que todos os oceanos e continentes sejam afetados pela radiação, não sabemos, no entanto, de que forma esta contaminação vai se espalhar, e não há cientista na Terra que possa com base em evidências científicas, neste momento, afirmar o contrário.

Existem duas hipóteses com gradientes: a radiação pode se concentrar em alguns lugares ao invés de outros, ou pode se homogeneizar por todo o globo. Alguns elementos tendem a se acumular, e isso pode ser um problema se ocorrer perto de você.

Há isotopos radioativos que substituem elementos existentes na natureza, e nos corpos dos seres vivos. O iodine 131 e 129 substituem o iodo, o estrôncio 90 substitui o cálcio, o césio 134 e 137 substituem o potássio, e por aí vai. A radiação, portanto, é bioacumulativa. Nós, os seres vivos do planeta, somos o filtro de radiação global. Uma vez dentro da cadeia alimentar a radiação tende a se acumular nos animais, e é potencialmente mais acumulativa nos animais que estão no topo da cadeia alimentar.

Não havendo solução a curto ou médio prazo para a contaminação constante por córium, na atmosfera e, em maior medida, nos mares, é preciso se informar para se preparar para o impacto.

A vida que se adapta a mudança tende a sobreviver, ao contrário da vida que não consegue se adaptar. As regras do jogo da vida estão mudando, agora elas passam por preservar a base alimentar limpa, se manter limpo da radiação, e lidar com um contexto em que a escassez consequente tomará conta do globo.

Algumas boas dicas para o futuro que está por vir são – vá se acostumando com a ideia de não consumir alimentos importados ou alimentos que você não sabe a procedência; tente depender o mínimo possível do mercado; produza seus próprios alimentos fora do contato com a chuva; pesquise sobre filtros biológicos e filtros de osmose reversa; pense na idéia de utilizar máscaras (do tipo n98) em ambientes abertos, principalmente durante atividades físicas, se afaste das multidões das grandes cidades, elas tendem a se tornar perigosas em contextos de escassez.

Este é o resultado parcial da irresponsabilidade e inconsequência das elites políticas e econômicas globais, que jamais conseguiriam fazer tanto estrago se não fosse o apoio incondicional e cego das massas, estas multidões de consumidores e pagantes de impostos que sempre se deixaram iludir com discursos de sacrifícios e progressos.

A maior ilusão, é a ilusão de separação. vinculado de alguma forma.