Nível de radiação excessivamente alto em Fukushima no reator 2

O caminho para o desmantelamento do segundo maior reator da usina nuclear de Fukushima deverá ser mais pesado do que o esperado, já que os níveis de radiação em 9 de fevereiro foram ainda mais mortais do que os registrados no final de janeiro.

A empresa Tokyo Electric Power Co. anunciou naquele dia que os níveis de radiação dentro do reator foram estimados em até 650 sieverts por hora, muito mais alto que o registro de 530 sieverts por hora marcado pelo levantamento anterior.

O operador da planta fez a estimativa mais recente a partir da quantidade de ruído da câmera experimentada pelo robô que se aventurou na cova do leão naquela manhã.

Cerca de duas horas após o robô começar sua jornada e percorrer cerca de um metro as imagens da câmera começaram a escurecer, disse a TEPCO. A quantidade de radiação emitida pelo combustível derretido afetou o bem-estar da câmera.

(Leia a reportagem em inglês)

Exceedingly High Radiation Level in Fukushima No. 2 Reactor: 650 Sieverts

 

O desastre nuclear de Fukushima continua incontrolável (Helen Caldicott)

Em 2011,  com base nas análises científicas, Helen Caldicott anteviu as consequências do desastre de Fukushima em conferência à imprensa, na cidade de Montreal, organizada pela Global Research. Há seis anos, em 2011, durante uma apresentação registrada em vídeo pela Global Research TV (GRTV) a doutora Caldicott  analisou com detalhes basendo-se em fatos e pesquisa científica as consequências dese trágico acontecimento e concluiu que Fukushima é a catástrofe mais devastadora da história humana. Com base em fotografias recentes tiradas por um robô, de um os reatores nucleares de Fukushima Daiichi a doutora Helen Caldicott explicou: “os níveis de radiação não atingiram o pico, seguem os mesmos desde 2011, vazando com resíduos tóxicos para o Oceano Pacífico – o que mudou é que só agora os níveis puderam ser registrados.’’

Relatórios recentes de uma medição de radiação enorme no reator da Unidade 2 do complexo Fukushima Daichi não significam que haja um pico de radiação no edifício do reator. Indicam apenas que pela primeira vez, os japoneses foram capazes de medir a radiação intensa emitida pelo combustível fundido. Cada tentativa anterior de medição fracassou porque a radiação é tão intensa que as peças dos robôs enviados para obter registros eram rapidamente destruídas.

A medição de radiação foi de 530 sieverts, ou 53,000 rems (Roentgen Equivalent for Man). A dosagem na qual metade da população exposta morreria é de 250 a 500 rems, então esta é uma medida massiva. É bem provável que se um robô fosse capaz de penetrar mais fundo no interior das covas onde podem estar boa parte dos coriums derretidos, a medição teria sido muito maior.

Fatos como estes ilustram porque será quase impossível “desativar” unidades 1, 2 e 3. Nenhum humano pode sobreviver ao ser exposto a um nível de radiação tão extrema. Isso significa que Fukushima Daichi permanecerá uma mancha diabólica no Japão e no mundo pelo resto dos tempos, perdido em meio a uma zonas em que são comuns terremotos e tsunamis.

A fotos tiradas pelo robô revelam que parte da estrutura de suporte do combustível nuclear da Unidade 2 foi destruída. Também é fato, que todos os quatro edifícios foram estruturalmente danificados pelo terremoto original há cerca de cinco anos, por uma sequência de explosões de hidrogênio.

Quando um terremoto maior que sete na escala de Richter ocorrer no Japão, é bem possível que uma ou mais destas estruturas colapem, levando a outra liberação maciça de radiação com a estrutura das usinas caindo sobre os núcleos radioativos abaixo delas.

Além disso, as unidades 1, 2 e 3 contêm também “piscinas de resfriamento” com muitas barras de combustível extremamente radioativas – sendo 392 barras na Unidade 1, 615 barras na Unidade 2, e 566 barras na Unidade 3. Caso um terremoto rompa alguma dessas piscinas, raios gama serão tão intensos que toda uma região maior terá que ser evacuada permanentemente.

O combustível da Unidade 4 e sua piscina de resfriamento foram removidos. Mas ainda há outros riscos. O complexo do reator foi construído próximo à uma cordilheira da qual naturalmente correm milhões de galões de água por dia, em direção ao mar. Esta água toda fluindo abaixo dos reatores danificados tem liquefeito o solo. Ali provavelmente estão submersos, perdidos, os três núcleos (córiuns) fundidos. Toda água que flui abaixo dos reatores danificados torna-se extremamente radioativa em sua viagem para o Oceano Pacífico.

Todos os dias desde o início do acidente, de 300 a 400 toneladas de água foram para o Pacífico, contendo inúmeros isótopos nocivos a vida (incluindo césio 137, 134, estrôncio 90, trítio, plutônio, amerício e outros 100 mais) entraram no oceano e foram bio-concentrando, por ordem de magnitude, em cada nicho da cadeia alimentar – algas, crustáceos, peixes pequenos, peixes grandes, em seguida, nós.

Peixes nadam milhares de quilômetros; atum, salmão e outras espécies encontradas na costa oeste americana agora contêm parte desses elementos radioativos, que não possuem sabor, não têm cheiro, nem cor. Entrando no corpo humano por ingestão esses isótopos radioativos se concentram nos órgãos, e irradiam as células adjacentes por muitos anos.

O ciclo do câncer é iniciado por uma única mutação num único gene regulador numa única célula, e o tempo de incubação para o câncer é qualquer momento entre 2 e 90 anos. Nenhum câncer define sua origem. É possível pescar peixes radioativos na Austrália ou pescados importados podem conter isótopos radioativos, mas a menos que sejam consistentemente testados em laboratórios, nunca saberemos.

Assim como a água da montanha que alcança o Oceano Pacífico, desde o acidente, a TEPCO tem diariamente bombeado 300 toneladas de água do mar para dentro dos reatores danificados para mantê-los resfriados. Toda essa água se tornou intensamente radioativa e foi bombeada para fora outra vez, sendo armazenadas em mais de 1.200 enormes tanques de armazenamento, construídos próximos do local das usinas destruídas. Estes tanques não são capazes de suportar um grande terremoto e podem se romper, com o seu rompimento, liberar seu conteúdo extremamente tóxico no oceano.

Em pouco tempo a TEPCO não terá mais espaço para armazenar tanta água, e agora tenta convencer os pescadores locais de Fukushima que é uma boa solução “esvaziar os tanques para o mar”. A radiação de fundo assim como os raios-x emitidos por estes tanques é bastante alta – medindo 10 milirems – apresentando um perigo para os trabalhadores. Existem mais de 4.000 trabalhadores no local todos os dias, muitos recrutados pela Yakuza (a máfia japonesa) e são pessoas com problemas de alcoolismo, toxicodependentes e portadores de necessidades mentais especiais.

Há outro problema: como os núcleos fundidos geram continuamente hidrogênio, o que é explosivo, a TEPCO tem bombeado nitrogênio sobre os reatores para diluir os perigos do hidrogênio. Vastas áreas do Japão estão agora contaminadas, incluindo algumas áreas de Tóquio, que são tão radioactivas que trechos de suas ruas com medições de 7.000 becquerels (bc) por quilo – o que as qualificaria para que fossem enterradas em uma instalação especialmente construída para descarte resíduos radioativos nos EUA.

Como explicado anteriormente, esses elementos radioativos concentram-se na cadeia alimentar. A província de Fukushima sempre foi o celeiro do Japão, produzindo muito alimento para outras regiões. Embora grande parte do arroz, legumes e frutas agora cultivados naquela região seja radioativo, há um grande esforço por parte de corporações e governos para que esse alimento seja comercializado no mercado japonês e principalmente no exterior. Taiwan proibiu a importação de alimentos dos japoneses, mas a Austrália e os EUA (e o Brasil) não.

O primeiro ministro japones Shinzo Abe recentemente aprovou uma lei que qualquer repórter que revelar a verdade sobre esta situação pode acabar preso por dez anos.

Além disso, médicos japoneses que disserem aos seus pacientes a sua doença pode estar relacionada à radiação de Fukushima não serão pagos. Há um imenso encobrimento midiático no Japão e na mídia global sobre as consequências e a dimensão do desastre de Fukushima. O Comitê de Supervisão e Saúde da Prefeitura de Fukushima está analisando apenas o câncer de tireóide entre a população; em junho de 2016, 172 pessoas com menos de 18 anos (no momento do acidente) desenvolveram de câncer de tireóide; A incidência normal de câncer na população em questão é de 1 a 2 pessoas por milhão. No entanto, outros câncers e leucemia que são causados ​​por radiação não estão sendo rotineiramente documentados, nem são registradas malformações congênitas, que eram, e são abundante entre a população exposta de Chernobyl.

Em suma, esses reatores nunca serão desativados e esta região não pode ser limpa, porque tal tarefa não é humanamente possível.

Por isso, o governo japonês continuará a despejar água contaminada no Pacífico durante o resto dos tempos ameaçando a vida no Japão e no hemisfério norte, com libertações maciças de radiação na ocorrência de outro grande terremoto.

Fonte: Publicado em 13 de fevereiro de 2017 em Independent Australia.

Alerta – Novas leituras do reator 2 de Fukushima: Exposição letal em 1 minuto.

A TEPCO (Tokyo Electric Power Company) anunciou semana passada que Leituras recentes nas proximidades dos reatores de Fukushima alcançaram impressionantes 530 sieverts por hora. A radiação de um local não contaminado fica em torno de 0.20 a 0.40 microsievierts por hora. Os níveis de radiação em Fukushima são os mais altos já registrados, mesmo robôs desenhados especialmente para lidar com a colossal quantidade de radiação enquanto fazem mensurações não podem permanecer na área por mais de duas horas sem sofrer colapso completo.

A maior medida de radiação registrada no reator 2 de Fukushima tinha sido de 73 sieverts. Especialistas afirmam que a radiação pode ser muito maior em áreas que a TEPCO não foi capaz de alcançar ainda. Alguns especialistas em energia nuclear chamaram os picos de radiação de “inimagináveis”

(Leia a reportagem em inglês)

Fukushima Prefecture, Japan — On February 2, 2017, radiation levels in the Reactor 2 vessel at the crippled Fukushima Daiichi No. 1 power plant in eastern Japan, were measured at the highest levels since the triple reactor core meltdowns on March 11, 2011, The Japan Times has reported.
Readings reached a maximum of 530 sieverts per hour the plant’s operator Tokyo Electric Power Company (TEPCO) said last Thursday. The levels are so high that even robots, specially designed to handle colossal amounts of radioactivity while taking readings, cannot withstand the mind-boggling emissions for more than two hours without suffering complete collapse.530 sieverts dwarfs the previous record of 73 sieverts per hour measured in Reactor 2 in 2012, and experts say it is likely radiation levels are even higher in areas TEPCO has not yet been able to reach. Some nuclear experts have called the new radioactive peaks “unimaginable,” as cleanup efforts approach a sixth dismal year.

The red-hot reading was taken robotically near an entry point to the space below the pressure vessel by analyzing electronic noise, caused by radioactivity, on video footage captured by the droid. TEPCO concedes the method has a 30 percent margin of error, but the findings indicate that damaged fuel, turned molten during the meltdowns, has made its way near the entry space. TEPCO said radiation, as of yet, is not escaping the structure.

Of concern, TEPCO also added that remote cameras have detected a two-meter hole in a grate underneath the pressure vessel, which the company also said appears to be warped.

To put 530 sieverts per hour in perspective, according to the U.S. Nuclear Regulatory Commission (NRC), the average American receives a dose of about 620 millirems of ionizing radiation in a whole year, from naturally occurring background, comic rays, radon gas and other sources. 620 millirems is equal to 0.0062 sievers — and remember, that’s in a whole year. The levels in Reactor 2 are presently so high, that entering the area for only one minute would mean almost certain death.

The Guardian reports, “A single dose of one sievert is enough to cause radiation sickness and nausea; 5 sieverts would kill half those exposed to it within a month, and a single dose of 10 sieverts would prove fatal within weeks.”

The Japan Times writes, “An official of the National Institute of Radiological Sciences said medical professionals have never considered dealing with this level of radiation in their work.”

IRID Fukushima Robot Camera

The astronomical readings bring major concerns to a cleanup operation already spiraling out of control — flying blindly into territory previously uncharted in the history of nuclear power. Late last year in an official announcement, the estimated cost of the cleanup for Fukushima Daiichi was doubled to a whopping $200 billion, for a project projected to take as long as a century to complete.

To top it off, 530 sieverts per hour might not be the worst cleanup workers have to worry about. TEPCO also stated that surface-level radiation readings from parts inside the plant’s pressure vessels can reach “several thousand sieverts per hour,” compounding what are already seemingly unsurmountable tasks in the decommissioning process.

Fukushima Reactor 2 Pressure Vessel

Esteemed nuclear expert, engineer, and former reactor operator Arnie Gundersen told EnviroNews World News in an email that the position of Fairewinds, his educational non-profit, is that radiation levels are presently way to high to remove the melted fuel, and that the reactors should be entombed, like was done with Chernobyl’s sarcophagus, for at least a century before attempting dismantlement. “[These readings do] make dismantling the facility almost impossible for 100 or more years, as the exposure to workers would be too significant,” Gundersen said.

To many environmentalists, of even greater concern than the levels themselves, is the fact the melted cores breeched containment and are contaminating groundwater — water that is continuously seeping out to sea, taking myriad radioactive isotopes with it as it poisons aquatic life and the food chain.

“There are no easy solutions, since groundwater is in direct contact with the nuclear corium (melted fuel) at Fukushima,” Gundersen said. “The important issue for the Japanese (and the world) to accomplish is to stop the groundwater from entering the damaged containment, and thus leaking out into the Pacific; to trap this radiation inside the damaged containment as happened at Chernobyl. Stopping the groundwater from entering, sealing in the radiation, and waiting 100-plus years to dismantle the reactors has always been the Fairewinds recommendation.”

In other developments of TEPCO’s Reactor 2 vessel survey: The company announced on January 30, 2017, that in another probe, deployed with a camera on a telescopic arm, a black blob was discovered on the grating directly underneath the pressure vessel. TEPCO suspects this could be part of the melted fuel core. If that’s the case, and the deposits are indeed melted fuel, this would represent the first time since the melt-throughs occurred nearly six years ago that TEPCO has located any fragments of the runaway cores.

It is surmised that all three reactor cores at Fukushima melted through their pressure vessels, and either pooled at the bottom of their containment vessels, or melted through those as well. The actual state of the melted fuel is unknown because radiation levels are too high to survey it. Further analysis of the structure revealed the aforementioned two-meter hole in the grating.

Fonte: http://www.environews.tv/world-news/alert-new-radiation-readings-fukushima-reactor-2-unimaginable-lethal-1-min/